JUSTIÇA POR MOÏSE

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Foto: Agência O Globo / Fabiano Rocha

Moïse Mugenyi Kabagambe, esse é o nome completo, a identidade do jovem trabalhador e refugiado congolês, de 24 anos, brutalmente assassinado por 04 homens, no dia 24/01 em um quiosque na Barra da Tijuca (RJ), após uma sessão de espancamento com tacos de baseball com requintes de crueldade, como ser amarrado pelos pés e mãos, por cobrar R$200,00 referentes a serviços prestados. Tudo ocorreu em público e captado por câmera de segurança. Causa indignação que o caso só tenha vindo à tona após a descoberta do vídeo pela família e a mobilização da Internet e imprensa. O processo que apura as circunstâncias do assassinato de Moïse corre em sigilo. A Justiça decretou a prisão temporária de três envolvidos, que responderão por homicídio duplamente qualificado – por impossibilidade de defesa da vítima e por meio cruel.

Ele fazia “bicos” no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Por um dia de serviço – como ajudante de cozinha e garçom –, recebia R$ 100. Não bastassem as precárias condições de trabalho, o dono do quiosque deixou de pagá-lo. Após dois dias sem receber, Moïse exigiu o pagamento da dívida, mas foi vítima de uma emboscada. Refugiado da República Democrática do Congo (antigo Zaire), morando no Rio desde 2014, Moïse estudava Arquitetura. Tinha apenas 24 anos e uma dívida a receber de R$ 200. Era um trabalhador negro, um jovem alegre, que alimentava – como tantos migrantes da África – o sonho de uma vida melhor no Brasil, longe da violência política, da pobreza e da fome. Morreu sob tortura à luz do dia, na orla de uma praia movimentada, enquanto o quiosque funcionava normalmente. Seu corpo foi jogado junto a uma escada, onde foi encontrado. O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), por sua vez, instaurou um inquérito civil para apurar o crime na esfera trabalhista. “A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo”, afirmou o órgão. (Fonte: Portal Vermelho)

Mais uma vítima de um racismo estrutural e mortífero que frequentemente ameaça a população negra do país, população essa majoritária em números absolutos mas minoritária em respeito aos seus direitos.

O Sitramico MG expressa seu profundo desolamento com o crime cometido com o Moïse, e ao mesmo tempo estende sua solidariedade à sua família e a toda comunidade de refugiados da República do Congo no Brasil. Afirmamos que são muito bem vindos em nosso país e esperamos que a justiça seja impecável nesse caso. Que tenhamos consciência, que respeitemos os direitos humanos universais e melhoremos como sociedade.

#JustiçaPorMoïse