ARTIGO: Valor da cesta básica aumenta em todas as capitais em março de 2022 – DIEESE

CONVOCAÇÃO PARA AGE VIRTUAL – PETRONAS LUBRIFICANTES BRASIL S.A.- SINDICOM- CCT 2022
30 de março de 2022
BOLETIM INFORMATIVO 12/2022 – AÇÃO JUDICIAL – VIBRA ENERGIA/PLANO DE SAÚDE
8 de abril de 2022

https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/analiseCestaBasica202203.html


Em março, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%). A menor variação foi registrada em Salvador (1,46%).


São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 750,71), por Florianópolis (R$ 745,47) e Porto Alegre (R$ 734,28). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57).
A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre março de 2022 e março de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 11,99%, em Aracaju, a 29,44%, em Campo Grande.


Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o piso mínimo. Em março de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.315,74, ou 4,83 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

Cesta x salário mínimo


Em março de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 11 minutos, maior do que o registrado em fevereiro, de 114 horas e 11 minutos. Em março de 2021, a jornada necessária foi calculada em 109 horas e 18 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2022, 58,57% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta1


• O preço do feijão aumentou em todas as capitais. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as altas oscilaram entre 1,43%, em Recife, e 14,78%, em Belo Horizonte. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, apresentou taxas entre 1,07%, em Porto Alegre, e 6,80%, em Vitória. Mesmo com a fraca demanda interna, houve elevação dos preços devido à baixa oferta do grão carioca e à redução da área plantada. Em relação ao tipo preto, a alta verificada nas cidades pode estar associada ao crescimento da procura nos centros consumidores.


• O óleo de soja registrou aumento em todas as capitais, entre fevereiro e março. As variações positivas oscilaram entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Os aumentos no mercado externo e no varejo podem ser explicados pelo alto preço do petróleo, que torna vantajosa a produção de biocombustíveis. Além disso, houve aumento da demanda externa por óleo de soja, devido à redução da produção de óleo de girassol na Ucrânia e de óleo de palma na Indonésia.


• O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão. As altas mais expressivas foram observadas em Aracaju (6,63%), Goiânia (6,36%), Porto Alegre (6,13%) e Natal (5,87%). Também a farinha de trigo, coletada na região Centro-Sul, apresentou elevações expressivas, com destaque para as taxas de Vitória (9,30%), Campo Grande (8,90%), Goiânia (5,75%), e Porto Alegre (5,30%).


• O valor médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, teve elevação em todas as cidades. As maiores variações foram registradas em Aracaju (13,52%), João Pessoa (8,94%) e Fortaleza (4,89%). A menor oferta da raiz e o clima desfavorável elevaram os preços da farinha no varejo.
1 Fontes de consulta: Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP, Unifeijão, Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

No acumulado dos últimos 12 meses, também 12 dos 13 produtos tiveram alta: tomate (93,37%), café em pó (72,30%), açúcar refinado (46,21%), batata (34,58%), manteiga (24,70%), óleo de soja (24,14%), farinha de trigo (15,58%), carne bovina de primeira (13,36%), pão francês (12,76%), leite integral (9,03%), banana (6,50%) e feijão carioquinha (6,13%). Somente o arroz agulhinha acumulou taxa negativa (-15,23%).

Considerando o salário mínimo líquido, em março de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 67,90% da remuneração para adquirir os produtos de uma cesta básica, suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em fevereiro de 2022, o percentual foi de 63,83% e, em março de 2021, ficou em 61,52%

Fonte: DIEESE –

https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2022/202201cestabasica.pdf