ARTIGO DA CTB – Banqueiros aproveitam pandemia para aumentar exploração

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FONTE: CTB.ORG.BR/NOTICIAS/ECONOMIA
ARTIGO DE AUGUSTO VASCONCELOS
@AUGUSTOVASCONC

Publicado 22/08/2020 – Atualizado 24/08/2020

Os bancos continuam acumulando montanhas de lucros. Isto, por sinal, parece ser uma lei inviolável da economia brasileira. Faça chuva ou faça sol, seja sob o temporal da crise ou na euforia da expansão econômica o banqueiro pertence a uma casta capitalista que não sabe o que é prejuízo. Nem mesmo a pandemia, que veio acompanhada da mais severa recessão já registrada no Brasil, alterou esta lei.

O lucro líquido consolidado dos cinco maiores bancos brasileiros no primeiro trimestre de 2020 atingiu R$ 13,7 bilhões. Não foi maior porque, talvez até para disfarçar, deduziram grandes provisões para perdas. Nossos banqueiros cobram as mais altas taxas de juros de todo o mundo.

Mas, embora acumulando lucros dia a dia, a ganância e o senso de oportunidades desses verdadeiros agiotas não conhecem limites. Nas negociações com os trabalhadores e trabalhadoras do ramo eles apresentaram uma proposta que prevê zero de reajuste, o que significaria um arrocho salarial de 2,65%, redução de 48% da PLR, retirada da 13ª cesta básica, além de subtrair direitos das vítimas de acidente de trabalho.

Não é segredo para ninguém que acompanha o mercado de trabalho que a pandemia amplificou as adversidades vividas pela classe trabalhadora, tendo por companhia as demissões em massa, suspensão de contratos, redução de salários, destruição de conquistas. Apologistas do Capital propalam aos quatro ventos que mobilizações e greves trabalhistas contra retrocessos neste momento são reações corporativas em defesa de privilégios.

Os banqueiros querem tirar proveito desta conjuntura miserável e aumentar a exploração dos bancários e bancárias. É chantagem, mas os trabalhadores não vão aceitar retrocessos passivamente. O Comando Nacional dos Bancários, que lidera a campanha salarial da categoria, rejeitou a proposta e já mobiliza para a luta, conforme informações do presidente licenciado do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.